A mulher Talibã
As mulheres talibãs não são nada mais, nada menos que meros “fantasmas” que servem os homens, isto é, são apenas aquelas que dão fruto à continuidade da família e à sua raça.
Maltratadas violentamente, violadas brutamente, acusadas injustamente, ignoradas, descriminadas e espancadas; estes são poucos dos obstáculos que estas mulheres tentam ultrapassar no seu dia-a-dia.
Se os direitos civis e políticos da mulher talibã costumam ser restritos imagine-se os direitos económicos, sociais e culturais que não são respeitados.
O direito ao trabalho, a uma condição de vida adequada, à alimentação e à água potável, à propriedade, à herança e ao governo de suas propriedades e de sua moradia, a serviços públicos de educação e saúde acessíveis e populares, são necessidades imperativas no dia-a-dia da mulher e para sua própria sobrevivência, etc. Tudo isto é apenas o horizonte inatingível à mulher talibã.
Este regime é, de tal maneira rígido que as mulheres eram impedidas de ter qualquer acesso a hospitais públicos para que não fossem tratadas por médicos ou enfermeiros homens. Mas isto é apenas uma regra em muitas:
- É absolutamente proibido às mulheres qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo ser professora, médica ou enfermeiras.
- É proibida a frequência de escolas, de universidades ou de qualquer outra instituição educativa.
- É proibida a presença de mulheres na rádio, televisão ou qualquer outro meio de comunicação.
- As mulheres não se podem fotografar ou filmar.
- Nos jornais, livros ou revistas não pode haver fotografias femininas.
- É proibido às mulheres praticar qualquer desporto ou mesmo entrar em locais desportivos ou clubes.
- É proibido às mulheres andar de bicicleta ou motocicleta.
- É proibido às mulheres andar na rua sem ser acompanhadas pelo pai, irmão ou marido.
- É proibido falar com vendedores do sexo masculino.
- É proibido serem tratadas por médicos homens.
- É proibido falarem ou apertar a mão aos homens.
- A mulher não pode andar de táxi a não ser acompanhada por uma familiar próximo do sexo masculino.
- É proibido ás mulheres assomar às varandas de suas casas.
- Todas as janelas devem ser pintadas de modo a que as mulheres não sejam vistas por quem estiver do lado de fora.
- É proibido à mulher falar e rir alto, de modo a poder ser ouvida por estranhos.
- É proibido ás mulheres de cantar e ouvir musica.
- É obrigatório o uso de véu que as cubra da cabeça aos pés.
- É proibido qualquer tipo de maquilhagem. Foram cortados dedos a muitas mulheres por pintarem as unhas.
- É proibido usar saltos altos que ao andar produzem sons perceptíveis pelos homens.
- É proibido o uso de roupas coloridas ou consideradas sexualmente atractivas.
- É proibido o uso de calças compridas, mesmo debaixo do véu.
- Se as mulheres não usarem as roupas adequadas e mostrarem os calcanhares, podem ser verbal e fisicamente agredidas, nomeadamente chicoteadas.
- Mulheres que tenham relações sexuais fora do casamento podem ser publicamente apedrejadas até à morte,
- É proibido à mulher o uso de instalações sanitárias publicas.
- O testemunho de uma mulher só vale metade do que vale o testemunho de um homem.
- A mulher não pode recorrer directamente ao tribunal, mas apenas por intermédio de um membro masculino da sua família.
- É proibido ás mulheres assistirem a filmes e a vídeos ou verem televisão.
- Toda a toponímia com a palavra “mulher” deve ser alterada. Assim o “Jardim da mulher” deve passar-se a chamar “Jardim da Primavera”.
Todo este sofrimento é escondido atrás da barreira da ‘Cultura’. Muitas das opressões sofridas eram razão de afirmação de cultura e por isso, loucas atrocidades deixaram cometer-se, até que chegamos à morte.
Uma mulher afegã sempre é propriedade de alguém. Primeiro do pai, depois do marido. ...
João Santos